A volta do Pequeno Mágico
Por: Lucas Barboza
No filme Encanto, lançado no fim do ano passado e atualmente disponível no Disney Plus, todos os membros da família Madrigal possuem dons, menos Mirabel. Ao perceber que a magia que forneceu esses poderes aos seus familiares está sumindo, a protagonista resolve solucionar o problema e fazer com que tudo volte ao normal.
Philippe Coutinho, que na Inglaterra ganhou o apelido de “Pequeno Mágico”, tinha esperança de manter seu futebol na Catalunha, quando assinou com o Barcelona há quatro anos. Na Baviera, vestindo a camisa do Bayern de Munique, vimos alguns lampejos do que ele fez no Liverpool, ajudando o clube alemão a vencer a tríplice coroa (Bundesliga, Copa da Alemanha e Champions League), mas não foi o suficiente para recuperar sua magia. A solução então parecia óbvia: retornar à Terra da Rainha.
Dos seis clubes da Premier League interessados em sua contratação, o brasileiro escolheu o Aston Villa. Os motivos? O projeto que teria sido apresentado a ele e a influência de Steven Gerrard, seu ex-companheiro de Liverpool. Na equipe de Birmingham, Coutinho poderia encontrar a regularidade dentro de campo necessária para ajudá-lo a carimbar seu passaporte para o Catar, faltando 10 meses para a Copa do Mundo.
É uma aposta também para o Aston Villa. Apesar de todos saberem da qualidade do jogador, faz tempo que o meia não apresenta um futebol sólido, mas com o elenco ainda sentindo falta de Jack Grealish, ter um jogador que pode emular o ex-camisa 10 dos Villans parecia uma opção interessante.
E não demorou muito para dar resultado. Vindo do banco de reservas contra o Manchester United, o agora camisa 23 do Aston Villa precisou de apenas 22 minutos e 12 toques na bola para participar do gol que diminuiu o placar e para marcar o tento que deixou tudo igual.
Apenas uma faísca ou o início de uma jornada que pode dar ótimos frutos? É muito cedo para dizer, mas o Philippe Coutinho tem todos os ingredientes para que sua nova passagem pelo futebol inglês tenha muito sucesso. Com 30 anos de idade, no auge de sua forma física, com o carinho instantâneo do torcedor, a confiança do treinador e o objetivo de voltar a ser uma opção recorrente na Seleção Brasileira, o Pequeno Mágico precisa aproveitar a oportunidade e recuperar a sua magia que todos nós sabemos que ele possui.