Brendan Rodgers precisará “reconstruir” o Leicester para se manter competitivo
Brendan Rodgers se estabeleceu como um dos melhores treinadores da Premier League. Ele já era respeitado após o seu trabalho com o Liverpool, mas após assumir o Leicester City em fevereiro de 2019, alcançou patamares mais elevados.
Além das respeitadas colocações na Premier League com os Foxes, Rodgers conquistou a primeira FA Cup na história do clube, além da taça Community Shield. Muito foi falado que o time montado pelo norte-irlandês se tornou melhor do que o do italiano Claudio Ranieri, vencedor da inédita Premier League em 2015/16.
Depois de encerrar na quinta colocação em 2020/21 — ficando um ponto atrás da zona de classificação para a Liga dos Campeões da UEFA — as expectativas para a atual temporada eram altas.
O Leicester manteve a espinha dorsal da jornada anterior e adicionou talento ao esquadrão. As chegadas de Patson Daka e Boubakary Soumaré foram vistas como empolgantes, embora todos esperassem a adaptação comum ao futebol inglês.
No entanto, as lesões atormentaram o time durante toda a temporada. Jamie Vardy, artilheiro e líder do time, atuou em apenas 20 partidas. Ele ainda conseguiu marcar 15 gols. O zagueiro Wesley Fofana foi outro afetado, tendo atuado em apenas 7 jogos na liga.
Em um calendário congestionado com o futebol europeu, Rodgers raramente conseguiu repetir a escalação e a coesão do time ficou cada vez mais difícil. Além disso, alguns jogadores sofreram para se adaptar ao estilo de jogo do comandante, que exige bastante intensidade.
Isso não significa que a temporada não tenha reservado coisas boas. O oitavo lugar na liga ainda foi uma colocação de respeito — uma das melhores da história do clube na primeira divisão.
O surgimento do meio-campista Kiernan Dewsbury-Hall foi uma das gratas surpresas no elenco e James Maddison viveu a sua melhor temporada com a camisa dos Foxes. Foram 12 gols e 8 assistências em 32 jogos.
Porém, o momento é de reconstrução. Aquele grupo de jogadores dos primeiros anos de Brendan Rodgers envelheceu (alguns outros saíram do clube)e é necessário abrir espaço para um novo ciclo. A iminente saída da estrela Youri Tielemans (que entra no seu último ano de contrato) deve representar o fim de um ciclo que foi muito vitorioso.
A venda do belga deve gerar fundos interessantes para fazer um bom mercado de transferências, no entanto o time azul agora terá que brigar com novos concorrentes se quiser atrair os melhores jogadores por preços razoáveis. Aston Villa, Newcastle e West Ham estarão bem equipados para contratar — times que antes não representavam uma ameaça para o Leicester.
Será necessário bastante criatividade para fechar os melhores negócios e trazer os jogadores com o perfil adequado para o estilo de jogo do time. Essa janela de transferências poderá ser um divisor de águas para o clube. Sem o recrutamento correto, o Leicester corre o risco de deixar a briga pela metade superior da tabela.
Junto com as contratações, Brendan Rodgers deve se beneficiar da falta de competições europeias na próxima temporada para ter mais tempo de treino com o elenco e desenvolver os mais novos jogadores à sua filosofia. É esperado que Daka e Soumaré finalmente possam assumir mais protagonismo dentro do grupo.
Mudanças e caras novas são esperadas no King Power Stadium…
