Copo meio cheio ou meio vazio?

Por: Bruno Bezerra

Após quatro anos, Leicester City e Brendan Rodgers encerraram suas relações após os Foxes entrarem na zona de rebaixamento, após derrota para o Crystal Palace nesse sábado (1). Qual foi o saldo do treinador norte-irlandês no clube?

Rodgers chegou ao Leicester após anos de sucesso nacional no Celtic. Sucedendo o francês Claude Puel, em fevereiro de 2019, guiou o time a uma vaga na Uefa Europa League na temporada seguinte, onde se manteve com chances reais de disputar novamente a Champions League. Isso se repetiu em 2020/21, onde o clube caiu na fase de 16 avos de final da UEL e venceu sua primeira FA Cup da sua história ao vencer o Chelsea.

Mesmo com o título inédito, era evidente que o time podia mais. Apesar de uma boa campanha na Conference, caindo para a Roma nas semifinais, o elenco que tinha ótimos nomes, mas parecia não render mais o que se esperava. A queda de rendimento de Vardy, lesões de Tielemans e Maddison, além das saídas de Kasper Schmeichel e Wesley Fofana foram pontos que debilitaram o clube.

Um dos erros da janela do Leicester foi justamente as reposições. Para Schmeichel, apostaram no seu reserva Danny Ward, que recentemente perdeu posição para Daniel Iversen. A contratação de Alex Smithies, que veio de graça, foi inexplicável, visto que no fim das contas ele veio ocupar uma conhecida vaga de terceiro goleiro a custo zero e homegrown player e não a de alguém que disputaria posição com Ward ou Iversen.

Na zaga, Wout Faes parecia promissor, mas tem se provado uma tragédia. Incrivelmente desde a saída de Harry Maguire, o time não encontra uma zaga confiável. Harry Souttar foi contratado e até fez bons jogos, mas longe do nível de Maguire ou Fofana com a camisa do Leicester.

O Leicester tem jogos bem complicados até o final da temporada para se manter na Premier League. Um rebaixamento, que seria o segundo na história de um campeão da Premier League após o Blackburn Rovers, seria uma verdadeira tragédia para a equipe e reflexo de problemas financeiros, de gestão e sobretudo, de um futebol pouco vistoso em campo.

No fim das contas, Brendan Rodgers deixou a desejar no clube. E muito.