E agora, Gary?
Por: Bruno Bezerra
Gary O’Neil sem dúvidas foi uma das grandes sensações da temporada. O treinador, que substituiu Scott Parker no Bournemouth foi figura chave na remontada dos Cherries, que seguirão na Premier League em 2023/24. Agora efetivado até o fim da temporada que vem, O’Neil terá o desafio do segundo ano na elite, que historicamente não costuma ser tão bom para muitas equipes.
Pegando exemplos negativos, temos o Sheffield United, que retornará a Premier League, como exemplo. Com Chris Wilder na temporada 2019/20 alcançou a nona colocação, sendo rebaixado na seguinte. O Huddersfield Town em 2017/18, que se salvou do rebaixamento caiu em 2018/19 e nunca mais retornou a Premier League.
Porém, há times que conseguiram se firmar na elite por muitos anos, como foi o caso do Southampton, o Brighton (que conseguiu a inédita qualificação europeia) e o Leicester, times que conseguiram se firmar na Premier League com regularidade. Os Saints foram rebaixados na atual temporada, enquanto os Foxes ainda tem chances de sobrevivência, viveram ótimos momentos na elite com classificações europeias e no caso do Leicester, o título inglês.
Com uma boa verba, O’Neil terá o verão para buscar reforços, visto que provavelmente terá saídas em seu time. Jefferson Lerma, fundamental por muitas temporadas pode estar de saída a custo zero no verão (rumores indicam uma ida ao Crystal Palace) e trazer uma reposição seria mais que fundamental.
No gol, Neto é unanimidade e foi importantíssimo na permanência. Com Travers e Randolph como suplentes, a necessidade de um reserva só seria viável com a saída de um dos suplentes irlandeses (talvez empréstimo de Travers).
Nas laterais, Adam Smith teve muita regularidade no setor direito, enquanto na esquerda Zemura (que irá para a Udinese a custo zero) e Matias Viña atuaram por ali. O uruguaio teve ótimos momentos e estando emprestado com opção de compra, poderá se juntar em definitivo próxima temporada. Ainda há as opções de Stacey (que faz as duas laterais) e Kelly (que faz a zaga e lateral esquerda).
Na zaga, Senesi, Zabarnyi e Mepham são as opções do elenco. Ainda há Jack Stephens, emprestado junto ao Southampton e que segue como incógnita, se fica ou volta para disputar a Championship.
A grande questão fica no meio campo. Caso Lerma realmente saia, repor com um volante de qualidade será a prioridade para Gary O’Neil. Há opções interessantes dentro da própria Premier League ou em outras ligas, lembrando da parceria dos Cherries com o Lorient da França e que rendeu um bom fruto no inverno: Dango Ouattara.
O próximo passo do Bournemouth é prosperar na elite, como há alguns anos atrás com Eddie Howe. A missão não será das mais fáceis em uma liga tão competitiva, porém, há verba, qualidade técnica e um treinador que já mostrou uma boa identidade de jogo superando as adversidades.