Gonçalo Guedes e Matheus Nunes são a esperança de upgrade do Wolves
Por: Matheus Santana
O Wolverhampton tem como objetivo voltar a incomodar o Big-six, assim como foi nas duas primeiras temporadas após o acesso à Premier League (dois sétimos lugares em 2018/19 e 2019/20). Porém, muita coisa mudou desde então.
Nuno Espírito Santo, o principal arquiteto do time na Era Premier League, saiu, e com ele se foram muitas mudanças estruturais na forma de jogo do time. Bruno Lage assumiu na temporada passada e apesar de não ter flertado com a zona de rebaixamento, os lobos se mostraram frágeis defensivamente e bem limitados na parte ofensiva.
A indisponibilidade de Raul Jimenez durante boa parte da temporada significou uma grande seca de gols. O Wolves marcou 38 gols na liga — somente os três times que foram rebaixados marcou menos.
Visivelmente o clube sofreu da “falta de fogo” no setor ofensivo. Gonçalo Guedes pode ajudar a resolver esse problema. Embora não seja uma referência como o mexicano é, Guedes pode contribuir em muitas facetas no terço final do campo, seja adicionando verticalidade ou contribuindo no passe.
O português vem de sua melhor temporada na carreira. Foram 11 gols na La Liga (artilheiro do time) e 6 assistências — ninguém se envolveu mais no Valencia na conversão de chances do que ele.
O que chamou a atenção em sua última jornada com o Valencia foi a verticalidade. Guedes atuou nos dois lados do campo e também centralizado, tendo mais liberdade criativa. Isso é algo que vem faltando aos lobos, que por vezes pratica um futebol “engessado”.
Aliado à preocupação ofensiva, o Wolverhampton também fechou a contratação do empolgante meia Matheus Nunes, do Sporting. O brasileiro naturalizado português é um dos meias sub-23 mais completos do mundo. Ele pode marcar, passar e até finalizar com qualidade.
É impossível não se animar com a possível parceria com o seu compatriota Rúben Neves. Espera-se que ambos possam se complementar em campo e que a nacionalidade em comum possa ser um motivo para facilitar a adaptação.
A ver a questão do encaixe de Nunes dentro da plataforma de jogo do time inglês. No Sporting, dentro de um 3–4–3, ele possuía muita liberdade para ocupar os diversos espaços à frente do campo e participar da construção ofensiva do time.
Dentro de um possível 4–2–3–1, provavelmente terá limitações quanto aos espaços ocupados, além do possível desafio de performar em uma liga mais qualificada e física. Apesar disso, Matheus Nunes parece pronto para o desafio.
O Wolverhampton desembolsou 65 milhões de libras para poder contar com a dupla portuguesa. São dois jogadores de qualidade, embora não tenham experiência na Premier League. Será interessante acompanhar a contribuição de ambos para o time de Bruno Lage.