Raposas ao resgate
Por: Bruno Bezerra
A temporada 2014/15 foi marcante para o Leicester City. Após 10 anos, a equipe retornava a Premier League buscando o objetivo básico para todo time recém promovido a elite: permanecer. A missão não foi das mais fáceis e a remontada dos Foxes ficou marcada como uma das recuperações mais interessantes nos últimos anos na PL.
Mantendo a base e contratações pontuais na janela de verão
Na janela de verão, diversos reforços chegaram ao Leicester. Entre eles muitos a custo zero, Marc Albrighton, Ben Hamer e o experiente Esteban Cambiasso. O time fez contratações para o setor ofensivo com as chegadas de Leonardo Ulloa e do lateral direito Danny Simpson.
Do time que conquistou o acesso, a grande maioria permaneceu. O goleiro Kasper Schmeichel, o capitão Wes Morgan, Riyad Mahrez, Jamie Vardy, Danny Drinkwater, entre outros.
Após uma pré temporada invicta, a estreia na Premier League foi diante do Everton, no King Power Stadium. Empate por 2 a 2, com Ulloa e Chris Wood marcando os primeiros gols do Leicester no retorno a Premier League.
Após derrota para o Chelsea e empate contra o Arsenal, a primeira vitória dos Foxes na PL seria diante do Stoke City, fora de casa, por 1 a 0. Na rodada seguinte, nova vitória por 5 a 3 diante do Manchester United.
Parecia um início bom, dentro dos conformes. Pois é, apenas parecia.
Os 13 jogos sem vencer: hora de demitir Nigel Pearson?
Uma sequência extremamente negativa de 13 partidas sem uma vitória sequer assolou o Leicester entre o final de setembro e o final de dezembro. Foram 11 derrotas e dois empates nesse período, com o time na lanterna da competição.
Apesar da sequência ruim, a diretoria não demitiu Nigel Pearson, responsável pelo acesso do Leicester. O time voltou a vencer no dia 28 de dezembro o Hull City, fora de casa, além de empate contra Liverpool e uma vitória contra o Aston Villa.
Mais oito jogos sem vitória e a retomada final
O Leicester só voltaria a vencer na rodada 30 diante do West Ham por 2 a 1, emendando quatro vitórias seguidas até serem derrotados para o Chelsea. Por fim, três vitórias nos quatro jogos restantes e um empate deixaram o time na 14ª colocação com 41 pontos, seis a mais que o Hull City, que terminaria rebaixado junto ao Burnley e Queens Park Rangers.
Ulloa e Cambiasso foram dos destaques da temporada. Enquanto o atacante marcou 11 gols, o volante argentino marcou cinco e foi eleito o melhor jogador dos Foxes na temporada, apesar dos esforços, Cambiasso não renovou seu contrato e assinou com o Olympiacos da Grécia a custo zero.
A relação de Nigel Pearson se deteriorou em maio de 2015, com uma sex-tape onde seu filho, James, teria praticado insultos racistas a uma mulher em uma turnê de pós temporada na Ásia. James era jogador do Leicester (estando na época emprestado ao Peterborough United) e esse foi, para muitos, o estopim para sua demissão.
Quem assumiu? Claudio Ranieri. O Tinkerman guiou os Foxes ao inédito título da Premier League, contrariando as expectativas e as estatísticas. Foi a temporada em que o XI inicial: Schmeichel; Simpson, Huth, Morgan, Fuchs; Kanté, Drinkwater, Albrighton, Mahrez; Okazaki e Vardy, brilhou, com outros protagonistas secundários também.
Do atual elenco, apenas Jamie Vardy e Marc Albrighton (emprestado ao West Bromwich Albion) seguem no Leicester. Nigel Pearseon, treinador do primeiro “milagre” atualmente está no Bristol City da Championship.
Na atual temporada, o Leicester luta para permanecer na Premier League. Missão tão difícil quanto a de Nigel Pearson, restando três jogos e confrontos contra Liverpool, Newcastle e West Ham.
